Continuando a narrativa sobre a carreira de Steve Ditko, em 1962 foi o ano dourado da parceria entre ele e Stan Lee. Stan teve a ideia de um herói com poderes de inseto, e pediu que Jack Kirby (outro lendário desenhista da editora) esboçasse um uniforme. Após reprovar o resultado, ele encaminhou o conceito para Ditko, que criou uma roupa definitiva.
Os editores chefes não acreditavam que um “herói inseto” agradaria os leitores, mas permitiram que a história fosse publicada na edição final da revista recém-cancelada Amazing Fantasy. Surpreendentemente, a edição rendeu números de venda estrondosos, e uma revista solo do personagem foi encomendada para o ano seguinte. Nascia o Espetacular Homem-Aranha. Juntamente com Lee, Ditko criou grandes vilões do Cabeça de Teia (como Doutor Octopus, Duende Verde e Electro) e desenhou sagas clássicas (como “Se Esse For o Meu Destino” e “O Sexteto Sinistro”) que renderam cenas icônicas, como a do herói levantando uma enorme pilha de destroços de metal. Sua passagem ininterrupta pelo personagem foi até 1966, tendo desenhado mais de 40 edições.
Em 1963, a dupla estreou outro grande personagem da editora, na revista Strange Tales #110: o Doutor Estranho. Os traços e visuais psicodélicos utilizados por Ditko para detalhar os feitiços e mundos mágicos que o Mago Supremo visitava acabaram fazendo enorme sucesso entre os jovens e universitários.
Saída da Marvel Após ter algumas divergências criativas (posteriormente resolvidas) com Stan Lee, Steve migrou em 1966 para a DC Comics, trabalhando na criação de personagens como Questão, Capitão Átomo e a dupla Rapina e Columba. Em 1982, foi freelancer para a Pacific Comics e, em 1984,ajudou a criar uma linha de super-heróis para a Archie Comics.
Em 1988, Ditko se aposentou dos quadrinhos convencionais, lançando então trabalhos independentes e livros de arte. Por volta de 2012, ele trabalhava no bairro Midtown West, Manhattan, em um estúdio de arte.
Steve seguia a orientação político-filosófica do Objetivismo, e sempre foi avesso a entrevistas e badalações. Por isso, é raro haver detalhes mais específicos sobre sua trajetória e vida pessoal. O desenhista afirmava que deveria oferecer sua arte aos leitores, não sua personalidade. Detentor de 8 Alley Awards (ganhando três vezes consecutivas a categoria de Melhor HQ de Super-Herói com o Homem-Aranha), tendo lugar no Hall da Fama Jack Kirby do Prêmio Harvey (1990), no Hall da Fama do Prêmio Eisner (1994), e ganhando um documentário especial da BBC em 2007, Stephen J. Ditko faleceu em 29 de junho de 2018, vítima de taquicardia, e deixou um imenso legado para a indústria dos quadrinhos.
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