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Veja curiosidades, recordes e as quebras de paradigma da 93ª edição do Oscar

Em uma cerimônia mais intimista, que não aconteceu no clássico Teatro Dolby mas sim em um espaço mais aberto, o Oscar 2021 foi marcado pela quebra de paradigmas e com nenhum “discurso de vencedor” interrompido.

Além disso, o responsável por repaginar a premiação foi o consagrado diretor Steven Soderbergh, responsável por obras como Traffic (2000), Onze Homens e um Segredo (2001) e Contágio (2011). A ideia de Soderbergh, segundo ele mesmo disse, era não fazer da cerimônia uma simples entrega de prêmios, mas algo como um filme de três horas com direito a personagens.

Entre os diferenciais da noite, vale ressaltar que os astros ficaram sem as máscaras apenas por um curto período e que as músicas concorrentes a Melhor Canção Original foram apresentadas antes do evento principal, ao invés de durante. Essa “ordem bagunçada” foi aplicada também na entrega dos prêmios.

Esse foi o caso da categoria de Melhor Direção. Comumente entregue no penúltimo bloco, Chloé Zhao recebeu a estatueta por seu trabalho em Nomadlandno meio da cerimônia. Com a vitória, Zhao se tornou a segunda mulher a conquistar o Oscar nesta categoria, atrás apenas de Kathryn Bigelow por Guerra ao Terror (2010).

Apesar da quebra de paradigmas, sendo esta a edição a que possuiu mais mulheres indicadas, vale ressaltar a comum falta de reconhecimento às profissionais da área nessa categoria. Além de Zhao e Bigelow, até ano passado somente quatro mulheres foram indicadas, sendo Jane Campion por O Piano em 1934, Lina Wertmüller por Pasqualino Sete Belezas em 1977, Sofia Coppola por Encontros e Desencontros na cerimônia de 2004 e, mais recentemente, Greta Gerwig por Lady Bird em 2018.

No entanto, uma grande representatividade aconteceu em Melhor Maquiagem e Cabelo, onde Jamika Wilson e Mia Neal, além de Sergio López-Rivera, venceram por A Voz Suprema do Blues e se tornaram as primeiras mulheres negras a conquistarem a estatueta na categoria. Em outro feito inédito, a atriz Yuh-Jung Youn, de Minari, foi a primeira sul-coreana a sair vitoriosa na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante

Entre as surpresas da noite, está a vitória de O Som do Silêncio como Melhor Montagem, desbancando os longas favoritos Meu Pai e Os 7 de Chicago. Além disso, muito se esperava quanto ao prêmio de Melhor Ator ser uma “homenagem póstuma” a Chadwick Boseman. No entanto, a elogiada atuação de Anthony Hopkins em Meu Pai, onde ele interpretou um idoso que vai aos poucos perdendo sua memória e sanidade, lhe rendeu a segunda estatueta dourada de sua carreira.

Também altamente disputada, a categoria de Melhor Atriz contava com diversas vencedoras de outras premiações entre suas concorrentes. Carey Mulligan venceu o Critics Choice Award, Viola Davis conquistou o Sindicato dos Atores, Andra Day levou para casa o Globo de Ouro, Frances McDormand saiu vitoriosa do BAFTA, Vanessa Kirby adquiriu o Volpi Cup e todas disputaram juntas o Oscar. No fim, a finalista foi McDormand por seu trabalho em Nomadland, onde vive uma mulher que cai na estrada com sua van e se torna uma nômade moderna.

Por último, Nomadland ainda foi responsável pela quebra de mais um recorde inusitado nesta que foi a 93ª edição da cerimônia, ao se tornar o longa menos lucrativo na história a ganhar na categoria de Melhor Filme.